quinta-feira, 20 de março de 2014

PADE - Plano Anti Depressão dos Emigras

Voltei. Voltei de lá. De Portugal. De casa, dos amigos, das noitadas, de tudo. 
Eh...voltei. Voltei domingo. Foi uma semana em que não parei um minuto e ainda bem!!!!! 
Fiz de tudo um pouco, matei saudades da família, dos amigos, do favaios, das minis sagres, de ir pra noite e de chegar a casa quando a minha avó está a tomar o pequeno-almoço. Grandes conversas a essa hora! 
Matei saudades do CAFÉ!!!!! E pronto, pequenas coisas. 

Depois foi o dia de partir. A viagem para lá fez-se bem, íamos com aquela pica toda do 'vamos p'ra casa'. Mas já sabíamos que não ia ser fácil voltar. 
Embora a X. esteja a trabalhar em França há mais tempo, nenhuma de nós está habituada a estas andanças do ir, estar e despedir. Ir, estar, e despedir. Que coisa horrível. De cortar a respiração. Saímos de Mirandela com uma azia do caraças! Então decidimos criar o PADE - Plano Anti-Depressão dos Emigras. Este deve contemplar saídas nocturnas frequentes, ausência de elementos no quarto ou na carteira que nos remetam para CASA, como por exemplo chaves; evitar ler textos daqueles que saem no P3 a falar de emigração e do quanto isso custa. Na verdade, nós sabemo-lo muito bem e sentimos aquilo todos os dias. 
E outras coisas que tais. Viemos a viagem toda a tentar pôr o PADE em ação e a criar medidas que nos ajudem... mas a verdade é que há dias que nem PADE nem meio PADE funciona... e hoje é um deles. 
Estou de regresso há 5 dias e já tenho saudades de casa. 

E saudade... esta é a parte mais difícil de todas, e creio que será sempre. 

Entretanto quanto estive em Portugal, a tuna da qual faço parte celebrou o seu 7º aniversário. 
Juntei-me à família Vibratuna- Tuna Feminina da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro em 2008 e foi sem dúvida das melhores experiências académicas que podia ter dito. 
Se pudesse explicar a bagagem que aquilo nos dá... Desinibição, adaptação a diversos contextos e ambientes, coordenação psicomotora (sim, é a sério! :) ), aprender um instrumento, subir a um palco, trabalhar em grupo, e amizades tão especiais, que são sem dúvida para a vida! 

Portanto, a propósito de saudades aqui fica... 




Letra:
Dos passeios de mão dada à beira rio, 
Dos olhares e dos sorrisos que toda a gente viu,
Das paragens de autocarro em que falamos do tempo
E das noites frias em que a chuva trouxe o vento...
Dos abraços que trocamos em tantas ruas
E do céu em qu'as estrelas eram todas tuas,
Dos copos vazios que deixamos no café,
Dos segredos que trocamos quando atravessávamos a ponte a pé...

Refrão: 
Será que é saudade ou revolta da vontade de te ter?
Se no fundo o que fizemos de mal foi ter amado em Vila Real

O cheiro desta cidade vive em quem cá mora
Sente-se quando se sai dela p'ra fora
E coração como o nosso sempre que não sente chora...
O tempo nesta cidade não tem minuto nem hora 
Troca as voltas a quem por ela s'enamora
Rainha de tanta beleza qualquer homem ao vê-la cora....

Vila Real, Vila Real, Vila Reaaaaaaaaaaal

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