Se tivesse de começar por explicar a origem deste blog teria de recorrer a 2012 quando comecei a pensar em emigrar, et voilá, como dizem os franceses, comecei a tratar da papelada toda. Comecei por fazer um curso de francês, depois a juntar os diplomas, a traduzi-los e nisso se passou um ano...
Em Outubro de 2013 vim a França entregar alguns CV's... Deveria ter regressado em Novembro, mas uns problemas burocráticos surgiram pelo que adiei a vinda para o início de 2014.
E aqui começa a parte difícil.
Foi horrível partir. Aquela sensação de deixar a tua 'essência' para trás. Família, amigos e a língua. Chorei tanto nesse dia, que durante dias senti um nó na garganta.
Só queria que aquele dia, tão desgastante emocionalmente terminasse rápido, mas não. Tive de fazer escala em Lisboa e esperar umas quantas horas para que o dia acabasse. Dormi no aeroporto, mandei mensagens, chorei, respondia a outras tantas, fiz chamadas, chorei e concentrei-me naquilo que um amigo me tinha dito: "Depois de passares a porta de embarque as coisas custam menos. Vai que o mundo é teu".
E vim. Vim com o coração feito num trapo e a alma tolhida de revolta pela situação que o país atravessa.
Serviram-nos uma sandes a bordo com queijo daquela da vaca que ri e salmão fumado. Agora sempre que fazemos dessas sandes chamamos-lhes as 'Sandes TAP'. Sai uma sandes TAP, pró menino e prá menina! Qualquer coisa assim!
Cheguei a França e eis que me deparo, a sair do avião, que não sabia dizer recolha de bagagem, e vinha tão exausta que não conseguia nem pensar... Mas como o avião vinha cheio de portugueses lá me desenrasquei.
Tenho cá amigos, portanto tudo foi correndo pelo melhor, sem grandes momentos de solidão e com muitas ajudas para ultrapassar as barreiras da língua.
Mas, que custa emigrar lá isso custa. No entanto, vale a pena. Pelo menos no meu caso, que estou a ter uma experiência brutal em psicomotricidade.
Numa próxima publicação revelo um bocadinho dos meus dias.
Muitos parabéns pelo Blogue, é por milhares como tu que nerds como eu ganham a vida.
ResponderEliminarTambém eu emigrei, também vim de coração partido de olhar de soslaio sobre a vida. Não tive os teus problemas de reconhecimento de curso, aliás ninguém me pediu nenhum papel, tive alguma facilidade em arranjar trabalho tudo parecia correr bem nos primeiros 15 dias. Esse é o principal objectivo de emigrar, é trabalhar e ter uma vida melhor, ter uma vida que em Portugal não tinhamos, ter a vida com que sonhamos ao crescer.
Contudo emigrar é tudo menos um bom trabalho, emigrar é deixar TUDO para trás, é partir do zero, é renascer das cinzas tal como uma fenix e tal como uma fenix renascemos como adultos, bem diferente da inocência de criança. Emigrar para mim está conotado pela solidão, pela indiferença, por um olhar no vazio e pelo neutro. Cada vez que reflectia sentia-me neutro, nem estava feliz mas também não estava triste.
Após 4 meses em Londres parto de regresso para Portugal de sorriso rasgado, de coração apertado novamente e muitas dúvidas. Dúvidas sobre o futuro mas com certezas no presente, serei muito mais feliz. Felicidade esta que não tem preço, essa foi a grande lição que tive nos ultimos 4 meses, Quanto vale a tua felicidade? tem preço?
Não me ponhas já com questões filosóficas sobre isso que senão volto amanhã para Portugal! ahaha
ResponderEliminarA minha felicidade está e vai estar sempre em Portugal, porque é lá que estão os meus pais, irmão e amigos.
Aqui está a minha realização profissional e é para isso que cá estou com todos os contratempos que viver noutro país acarreta! :)